Album Cover Da Lama ao Pódio 4

Da Lama ao Pódio 4

Gigante No Mic

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Quem ou o quê te consome, se tudo um dia vai virar destroços?

O tempo não dorme, e a vida passa num piscar de olhos

Pai, não castigue seus filhos, a nossa mente já é um purgatórioMãe Natureza é tão forte, e nasce fungos até no petróleo

Do que vale ganhar o mundo e perder sua alma?

Do que vale ter de tudo e nunca parar em casa?

Do que vale tá no pódio ganhando na trapaça?

Do que vale ser o primeiro se a vida tá sem graça?

Do que vale tá no topo e não levar ninguém contigo?

Do que vale ser famoso e esquecer dos seus amigos?

Do que vale ser da rua e menosprezar mendigo?

Tem quem não vale nada, memo sendo rico

Varal tá cheio de roupa, amanhã cedo eu dobro e guardo

Gratidão é mais que dizer "Muito obrigado!"

É saber dar valor naquilo que é raro

Pra quem viveu na lama, um contrapiso já é caro

Pro filho do bacana, quase tudo é fácil

Pro filho do meu pai, quase tudo foi suado

Quantas vez cê já lavou o seu banheiro?

Tem quem lava a privada de quem tem ensino privado

Escutei Nação Zumbi e fui Da Lama ao Caos

Não sucumbi e fui Da Lama ao Pódio

Foi quando eu descobri o poder de ser real

O sabor da vitória é doce, não tem muito sódio

Nem tudo é só amor, mas sem amor você não é nada

Degrau após degrau é que se vence uma escada

Pra quem veio de baixo, é foda subir na vida

Mas nem por isso é impossível a subida

Pra quê ser o patrão se no final o chefe morre?

Pra quê tanto avião? Sempre tem um que não respeita

Pra quê ter tanta grana se não tem saúde?

Pra quê quer um oitão se tu não tem cabeça?

Pra quem veio do interior, na mochila só ódio

Foram poucos que me ajudou a mudar o episódio

Teve até quem atirou, planejou meu velório

Pra quem veio de um barraco de lona, hoje no pódio

Não tenha pressa pra subir, o topo custa caro

Eu não conheço um que chegou sem muito trabalho

No tempo certo vai acontecer, pô, mó barato

É tipo jogo, trace bem as cartas do baralho

Cuidado pra não te passarem a perna, eles estranha

Não querem ver você chegar ao topo da montanha

Se eles chegarem primeiro, atropelando cai

De lá vão ver a trilha suja que deixou pra trás

Vale muito e, ao mesmo tempo, tu não vale nada

Depois que chegaram no topo dispensou a escada

As frustrações do caminho não quebrou meu clima

Eu transformei em combustível e decolei pra cima

E, ninguém tente me parar, normal fechar as portas

A gente arromba com dois pés, nordestino é foda

Pra nós, tudo é mais difícil, mas não é impossível

A camisa da seleção no corpo do Firmino, viu?

Quem ou o quê te consome, se tudo um dia vai virar destroços?

O tempo não dorme, e a vida passa num piscar de olhos

Pai, não castigue seus filhos, a nossa mente já é um purgatório

Mãe Natureza é tão forte, e nasce fungos até no petróleo

Tão confiscando os meus sonhos, desde os hominídeos

As lembranças são nossa marca, deixo os meus vestígios

Não posso matar o patrão, entenda os meus motivos

Agora eu sou um, isso seria suicídio

Original, não tem Copyright

Nem no boliche eu acerto strike

Quantos vão te derrubar?

Igual as conta atrasada lá da Tim Live

Upei meu sonho lá no Google Drive

Quero asa tomando Vibe, filho do MacGyver

Cantando em outra live, nós num é o Maroon 5

Enrola o marrom e fire

Se nóis morrer e o upload não concluir

Nóis vai voltar em holograma, igual fez o Pac

É nóis

No cronograma, escreve um telegrama

As coisa não melhorou, porque não bebo mais Brahma

Pra continuar sonhando eu saí de pijama

Não é só tacar cimento pra ver nós sair da lama

Numa casa de palha ou uma casa de madeira

O governo é o lobo mau soprando na vila inteira

Mesmo tendo os tijolo, eu levei ao pé da letra

Não vai ser a chaminé que vai resolver a treta

A luta diária cansa, mas um dia descansa

Tem quem foi de violência, por não ter a vida mansa

Outros na loteria uma chance, a esperança

Deus é o caminhoneiro que vai fazer sua mudança

Por essas linhas eu entro com os dois pés na porta

Pra que não seja os bota levando mais um dos nossos

Pra quem falava "Rap até o osso"

E hoje tá se contentando em ver o povo só com os ossos

Tenho direito a camarões e Lacoste à la carte

Fim de Semana no Parque, várias volta de kart

Salvando a Terra, enquanto eu vejo esses ricos em marte

Quem vem da lama, pô, transforma até lixo em arte

Nesse deserto árido, eu luto como Ares

Vão me mandar pelos ares se eu não for Ali Muhammad

Tô erguendo meus pilares, entre invejoso aos milhares

Não me perdi nas miragens, eu me encontrei nas pirâmides

Corro atrás do meu sonho como qualquer outro

Luto pra que ele aconteça, como Kakaroto

Nem tudo tá doce pra quem trampa na Garoto

Quem não tem tempo pra respirar, recorre ao Protocolo de Kyoto

Às vezes, a espera é tipo a fila do SUS

Demorada, só que sem ela, eu não teria nem luz

E com a fé cega eu amolo a faca

Bem afiada, pra tá preparada pra quando ela for desafiada

Eu tô plantando há décadas, quem quiser terá, o mundo e etcetera

Mas é depois da tempestade que vem o fruto

Que nasce das flores, da qual eu já consigo ver as pétalas

Quem ou o quê te consome, se tudo um dia vai virar destroços?

O tempo não dorme, e a vida passa num piscar de olhos

Pai, não castigue seus filhos, a nossa mente já é um purgatório

Mãe Natureza é tão forte, e nasce fungos até no petróleo

Ahn, ahn, ahn, por entre as pedras, nego, eu corro como um córrego corre

Pela moeda, engulo o choro e encaro o mórbido norte

Aqui, morro em cada guerra, meu Orixá não erra

A luz do túnel pisca alerta, igual um Código Morse

Meus manos todos tão de peça, esperam o próximo Oscar

Rodando as ruas de terra, igual corrida de Nascar

Tava calmo e sossegado, com minha peita do Vasco

Mas minha quebra não tava sauce pra um domingo de Páscoa

E ela me liga, diz "Que traga a quadrada"

2 times, 9 pra cada, numa quadra macabra

Rivais se sentem pequenos como um rato em Manhattan

E a paz de Mahatma some como abracadabra

Pow, pow! E eles correm como Bolt Boy

Desci as ladeira a pé, ano que vem eu lanço um Rolls-Royce

Por aqui, brinquedos falam como em Toy Story

Yo hablo por el diablo, "Traga Tolstói"

O crime levou gente melhor que eu

Não se explica pra mãe que um filho virou estrela do Céu

Jurei pra mãe que esse ano eu volto leão dessa selva

Sua reza me salva das garras do mau, do banco dos réus

Das balas na porta de casa, língua, veneno da víbora

Da sombra do quase, apneia no solo das cítaras

A dor no cubículo narrada numa odisseia perpétua

Pergunta pra Alexa o que é que tem de errado comigo

Eu tô mal

Mirando o céu, meu flow é um Sete Quatro Sete

Ícaro, abraço o Sol e essas asas não derretem

Monetizei o ópio, pus nos sonhos dos pivetes

Teagacê rimando ódio, Da Lama ao Pódio, Nordeste, ahn

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